quinta-feira, 14 de abril de 2011

Como você pode explorar a praia de Santos, no litoral sul do estado de São Paulo: Nas minhas férias eu...

Dica que postei em meu ex blog em 27 de julho de 2010. Acho que é um roteiro "tchuquetchuque" para ser indicado aos alunos ou pensado dentro da possibilidade de uma excursão com a escola.

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Já que estamos na semana de volta às aulas, que tal falarmos sobre o que fizemos nas férias? Minhas professoras de ensino fundamental sempre pediam que escrevêssemos um texto acerca disso e, de qualquer maneira, é mesmo divertido relembrarmos alguma coisa nova que tenhamos conhecido ou algum lugar bacana que tenhamos visitado.
Dessa vez, escolhi falar sobre Santos. Sim, Santos, aquela famosa cidade litorânea ao sul do Estado de São Paulo.


O centro de Santos fica bastante próximo de outras localidades muito agradáveis como Guarujá, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Cubatão. Juntando-se a isso, o fato de que sua orla está simplesmente maravilhosa, já teríamos bons motivos para indicar o passeio até lá. É perto (para nós, paulistanos, as distâncias podem variar um pouquinho entre 90 e 100 km), barato (ao menos que você queira ficar num super hotel de frente para o mar, igual àquele em que o Chaves ficou em Acapulco) e bonito (saiu na revista Época e no jornal Folha de São Paulo, que os jardins da orla de Santos, foram tombados pelo Condephaat http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/765616-jardins-da-orla-de-santos-sp-sao-tombados-pelo-condephaat.shtml).
O fato é, que em minha última viagem até lá, ocorrida na semana passada, pude conhecer locais até então desconhecidos para mim (e olha que minha família costumava freqüentar muito aquela cidade) e redescobrir locais que tiveram uma melhora de 100% de uns anos pra cá.

Primeiro: Faça o passeio de bonde pelo centro histórico. Além de ser bastante divertido apenas pela oportunidade de se andar de bonde, uma guia de turismo acompanha todo o percurso (de aproximadamente 5 km, quase 50 minutos de passeio) falando, falando, falando sobre a história da cidade de Santos e suas curiosidades. O passeio é oferecido de terça a domingo, das 11h00 às 17h00 e custa a bagatela de R$ 5, nós estudantes, pagamos R$2,50. Os bondes saem da Praça Mauá, no centro.

Segundo: Aproveite a proximidade da Praça Mauá e passem no museu do Café, que fica na Rua XV de Novembro, nº 95. Pra começar, a arquitetura do local, como a fachada e as instalações internas estão bastante preservadas e guardam uma riqueza muito grande de informações sobre a exploração do café: os tipos de grãos lá explorados e a forma como a escolha dos grãos era feita (dentre diversas outras coisas). Em todas as salas existem monitores prontos a responder as dúvidas que surgirem. Por lá, as coisas também funcionam de terça a domingo, com exceção da cafeteria que abre também as segundas-feiras. Os ingressos também custam R$5 e estudante paga meia. Viva!

Terceiro: Dê uma passadinha no aquário de Santos. Ele está simplesmente lindo. Tem pinguinzinhos, tartaruga gigante, tubarão lixa e os já clássicos leões marinhos. O ingressos também custam R$ 5 e R$ 2.50 para estudantes. O aquário abre de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos, feriados, das 9h às 20h.

Quarto: Não se esqueça de dar uma caminhada na praia, molhar os pés (dar um “tchibum”) e perceber como nosso país pode ser um lugar maravilhoso, se soubermos olhar com os olhos certos.

Para descobrir mais curiosidades, pontos gastronômicos, históricos, roteiros diversos, esportes, arquitetura e outras coisas super bacanas sobre Santos, acesse o site Viva Santos (http://www.vivasantos.com.br) e boas descobertas.

Seguem abaixo algumas fotos da viagem.

Abraços,
Adriana

Ps: E você, o que é que fez de bom nas férias? Escreva para nosso e-mail, mande fotos e conte um pouco de suas aventuras. Quem sabe você não aparece por aqui?


Ferramentas utilizadas no plantio e na colheita do grão do café - Museu do Café


Placa inaugural de tombamento e revitalização da antiga Bolsa do café - Museu do Café

Frente do bondinho de Santos

Foto tirada de dentro do bonde, ao fundo, fachada da antiga Bolsa do Café, atual Museu do Café.

Diogo no passeio de bonde

Propaganda do nosso café

Imaginem a dificuldade do transporte dos grãos de café, tão frágeis e delicados, através do lombo de burros. Dá pra entender porque as ferrovias aumentaram taaaanto ?

Vista bem parcial do Pregão do Café, onde, com relação ao café, tudo era decidido.

Imaginem a força do rapaz... - Museu do Café

Fotografia retirada de outra fotografia lá no Museu do Café - Armazenamento das sacas de café



Um dos três tubarões lixa lá no Aquário de Santos...Lindo!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Plano de aula - História (O Rio de Janeiro continua lindo?)

Queridos,


Segue um Plano de aula muito interessante para o debate da atual Rio de Janeiro. Essa temática nos abre espaço para discussões diversas como o planejamento urbano e o crime organizado. Podemos trabalhar paralelamente com filmes como os "Tropa de Elite" e com músicas e novelas diversas. Vamos aproveitar!

Um abraço,

O Rio de Janeiro continua lindo?

Bloco de Conteúdo
História

Conteúdo: História do Brasil

Conteúdo relacionado
Este plano de aula está ligado à seguinte reportagem de VEJA:
Habilidades: Compreender a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília como um projeto político que tem suas origens no período colonial brasileiro.

Tempo estimado: Duas aulas

VEJA desta semana traz um artigo de J.R. Guzzo em que o jornalista lamenta a transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, ocorrida em 1960, e fala sobre as consequências dessa mudança para a cidade carioca.

O Rio de Janeiro foi sede do governo brasileiro por quase 200 anos. A cidade ganhou status de capital federal em 1763. Até então, o governo estava sediado em Salvador, mas, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, a cidade baiana ficou distante do principal pólo econômico do país, tornando-se necessário transferir a capital para o sudeste.

Poucos anos depois, começaram debates sobre uma nova transferência da capital, que deveria sair do litoral e ir para o interior do Brasil. Os primeiros a cogitar a ideia foram os inconfidentes mineiros, em 1789, que defendiam mudar a capital do Rio de Janeiro para São João Del Rey, em Minas Gerais. Com a derrota dos inconfidentes, a proposta perdeu força e só foi retomada mais de 20 anos depois, em 1813, quando o jornalista Hipólito José da Costa Pereira de Mendonça, defendeu no Correio Braziliense, publicado em Londres, a transferência da capital para uma região às margens do Rio São Francisco, no Planalto Central. A proposta teve grande repercussão em Portugal e na Inglaterra, mas acabou sendo deixada de lado.

A interiorização da capital voltou a ser defendida por José Bonifácio de Andrada e Silva, em 1821. Com grande influência política, o estadista escreveu um documento dirigido à Corte de Lisboa e ao parlamente pedindo a mudança. Dois anos depois, José Bonifácio se tornou primeiro ministro do Brasil independente e passou a pressionar a Assembléia Constituinte pela mudança – sem sucesso. O assunto voltou à baila após a proclamação da República, em 1891, e foi incluído como meta na Constituição de 1946. A transferência, contudo, só veio a acontecer mais de uma década depois, no governo de Juscelino Kubitschek.

Analise com seus alunos a perda do status de capital do Rio de Janeiro, explique seus aspectos históricos e geopolíticos e avalie a herança deixada para a cidade, que ingressou em uma fase de empobrecimento e perda de poder político.

Atividades
1ª aula
Pesquise com a turma em livros, enciclopédias ou na internet imagens sobre o Rio de Janeiro antes de 1960. Explore as principais construções desse período, como o Palácio do Catete (sede do poder Executivo), o Palácio Monroe (sede do Senado da República), o Palácio Tiradentes (sede da Câmara dos Deputados) e a Biblioteca Nacional, entre outros. Mostre que o Rio, até aquele momento, fazia jus a seu apelido de "cidade maravilhosa" não só por seus encantos naturais, mas também por seus prédios elegantes e pelo status de capital federal.

Após essa pesquisa, pergunte aos alunos por que, então, o presidente Juscelino Kubitschek teria resolvido transferir a capital do país para o Planalto Central?

Explique que o principal argumento usado pelo governo JK era a proximidade entre o Rio de Janeiro e os principais centros demográficos do país. Essa proximidade fazia com que os políticos ficassem reféns de pressões dos movimentos populares organizados. E o governo acreditava que, ao mudar a capital para uma região afastada, conseguiria garantir o isolamento necessário para que os políticos pudessem tomar decisões mais conscientes e imparciais. Isso de fato ocorreu, mas, com o deslocamento do governo para uma cidade distante, longe dos grandes centros e das pressões populares, aumentou também a corrupção.

Outra justificativa para a transferência da capital para Brasília foi a colonização e o desenvolvimento do centro-oeste do país. Na visão de Juscelino, era preciso ocupar a última fronteira do Brasil e criação de Brasília respondia muito bem a esse interesse.

Por fim, o argumento decisivo para a mudança foi a segurança nacional. Brasília era considerada muito mais segura do que a capital anterior, localizada no litoral e, portanto, um alvo fácil para eventuais marinhas inimigas. Esse argumento era bastante forte nos anos 1950 porque ainda eram muito vivas as imagens da II Guerra Mundial, quando submarinos alemães chegaram a torpedear navios brasileiros no litoral.

Abra um debate com os alunos: esses argumentos são suficientemente fortes para justificar a transferência da capital? Será que a perda do status de capital para Brasília teria contribuído para a favelização e o empobrecimento do Rio de Janeiro? Se isso é verdade, por que Brasília também possui favelas nas suas cidades-satélite?

 2ª aula  Apesar de ter perdido o status de capital do Brasil, o Rio de Janeiro continua sendo um dos principais centros de produção cultural do país. Levante com seus alunos os principais aspectos da cultura carioca. Eles observarão que a cidade possui um movimento musical, teatral e de produção audiovisual muito ativo. Analise com a turma o sotaque utilizado nas novelas das grandes redes abertas de televisão. Eles perceberão que, inevitavelmente, os atores que trabalham nessas empresas se manifestam com sotaque carioca. Pergunte a eles por que isso acontece.

Convide a garotada a identificar movimentos musicais nascidos no Rio de Janeiro. Eles certamente encontrarão a bossa nova, o funk carioca e o samba, entre outros. Convide os alunos a trazer para a sala de aula exemplos desses ritmos para serem ouvidos pela turma. Você pode dar início às apresentações colocando para a classe o Samba do Avião, de Tom Jobim (veja mais sobre o maestro e compositor carioca no quadro abaixo), e analisando como ele observa a cidade.

Para seus alunos Garoto de Ipanema
Antonio Carlos Brasileiro Jobim foi um dos maiores compositores brasileiros. Considerado um dos criadores da Bossa Nova, ao lado de João Gilberto e Vinícius de Moraes, nasceu na Tijuca, em 1927, e mudou-se ainda pequeno para Ipanema, onde foi criado. É autor de uma das canções mais famosas do mundo, Garota de Ipanema, escrita em parceria com Vinícius de Moraes em 1963, além de centenas de canções imortalizadas por intérpretes como Elis Regina e Miúcha, entre outros. Tom Jobim faleceu em 1994, em Nova York.

Em Samba do Avião, Jobim descreve a chegada por via aérea à sua amada cidade e canta aspectos de sua paisagem natural e humana. Confira a letra da música:

Minha alma canta,
Vejo o Rio de Janeiro,
Estou morrendo de saudade.
Rio, teu mar, praias sem fim,
Rio, você foi feito pra mim.
Cristo Redentor, Braços abertos sobre a Guanabara.
Este samba é só porque, Rio, eu gosto de você,
A morena vai sambar, Seu corpo todo balançar.
Rio de sol, de céu, de mar,
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Este samba é só porque,
Rio, eu gosto de você,
A morena vai sambar,
Seu corpo todo balançar.
Aperte o cinto, vamos chegar,
Água brilhando, olha a pista chegando,
E vamos nós.
aterrar
Ao final da sessão musical, retome com a turma a aula anterior, relembre os problemas pelos quais o Rio de Janeiro passou ao deixar de ser capital federal e peça que eles escrevam uma redação sobre o tema “O Rio de Janeiro perdeu seu status de capital política, mas tornou-se uma capital cultural.

sábado, 2 de abril de 2011

Atividade para aula sobre África.

Queridos!

Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Hoje, pensei em postar uma Plano de aula, aliás, uma atividade ligada ao estudo do continente africano.

Essa é uma atividade que pode ser trabalhada no momento de introdução ou de fechamento do assunto mas, creio eu,  que por conta de sua relevância, poderia ser, também, utilizada em outros momentos, outras oportunidades e ocasiões que não apenas no interior de uma sala de aula, não se aplicando apenas ao universo da aula de história/ geografia.

É o seguinte:

Primeiramente, vamos trabalhar com uma música chamada "Alma não tem cor" de autoria de André Abujamra e interpretaçao de Zeca Baleiro. Como o ritmo da música é muito bacana (quase um forró) eu aconselharia que a mesma fosse reproduzida em sala, os alunos costumam adorar!

Alma não tem cor
Porque eu sou branco...
Alma não tem cor
Porque eu sou preto...
Branquinho, neguinho
Branco, negão

Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor
Percebam que a alma não tem uma só cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor

Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom

Você conhece tudo
Você conhece o reggae
Você conhece tudo
Você só não se conhece [2]

Branquinho,neguinho
Branco, negão
Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom

 
Procurem fazer alguns questionamentos envolvendo a canção: O que será que o autor quis dizer com "Você só não se conhece"? Será que existe alma amarela? verde? branca e preta?, O que é a alma?.

Depois disso, indico um pequeno texto, conhecido como "Carta de um escritor africano anônimo"

Meu irmão Branco...
Quando eu nasci, eu era negro.
Quando eu cresci, eu era negro.
Quando eu vou ao sol, eu sou negro.
Quando eu estou com frio, eu sou negro.
Quando eu estou com medo, eu sou negro.
Quando eu estou doente, eu sou negro.
Quando eu morrer, eu serei negro.
E você Homem Branco,
Quando você nasceu, era rosa.
Quando você cresceu, era branco.
Quando você vai ao sol, fica vermelho.
Quando você fica com frio, fica roxo.
Quando você está com medo, fica branco.
Quando você fica doente, fica verde.
Quando você morrer, ficará cinza.
Depois de tudo isso Homem Branco, você ainda tem o topete de me chamar de homem de cor?

Depois, proponha discussões/debates com questões do tipo:

a)     Quem é o autor do texto?
b)     A quem o texto é dirigido?
c)     Qual a mensagem que o texto nos transmite?
d)     Segundo o autor, o que é ser um “homem de cor”?
e)     Em sua opinião o que levou o autor a produzir este texto?
f)       Este texto revela um problema existente em nossa sociedade. Que problema é esse e qual seria a solução para combatê-lo?

Se a atividade for for pensada em um momento de introdução ao tema de África, proponha-o de uma forma direcionada a se pensar a questão do preconceito naturalizado que aquele continente e aquelas pessoas sempre sofreram; como o aluno ainda não terá estudado nada sobre a questão, esse poderá ser o momento de perceber inclinações ou pontos de vista que deverão ser trabalhados, melhorados ou destruidos no decorrer das futuras discussões. Se a atividade for pensada em um momento de finalização de conteúdo, deve ser apresentado como forma a se pensar as problemáticas contidas nela de maneira obviamente mais profunda, com discussões mais completas.

Acho que deu pra perceber por que mencionei que essas atividades podem ser utilizadas em outros momentos que não apenas em um aula de história/ geografia, não é? O tema é extremamente relevante para o momento que atravessamos na sociedade brasileira e no mundo como um todo.

Vale para pensar questões ligadas a qualquer tipo de preconceito.

Por hoje é só. Espero que essa ideia possa originar muitas outras.


Um abraço,
Adriana Barbeiro