Olá pessoal!
Como prometido, segue abaixo meu Plano de aula para o tema do Nazismo.
Creio que 2 aulas sejam suficientes para discutir o tema em questão mas é claro, as aulas sobre 1ª Guerra Mundial, Revolução Russa e a Crise de 1929 são pré-requisitos para as discussões estabelecidas neste momento.
Procurem mostrar a maneira crescente com a qual esse acontecimento político/ social/cultural se colocou. Uma das principais intenções devem ser, ao menos do meu ponto de vista: Até que ponto Hitler se fez sozinho? Até que ponto a crise norte-americana de 1929 deu subsídios para o tipo de política totalitária de direita observada não apenas na Alemanha, mas em outros locais como a Itália e a Espanha? Até que ponto a Revolução de Outubro de 1917 também agiu nesse sentido? Quais grupos apoiaram ou não Hitler e os demais líderes totalitários do período?
O filme do Chaplin, até onde conta minha experiência e a de alguns outros colegas, encaixa muito bem para tornar a aula mais "leva" e mais atraente. As críticas colocadas pelo diretor são absolutamente pertinentes. Procurem "revisar" a matéria da 1ª G.M. comentando acerca das primeiras cenas que aparecem no filme: O que é uma guerra feita em "trincheiras"? Quais foram as novidades bélicas trazidas por esse grande combate? Outra questão pertinente colocada por Chaplin ainda no início do filme, quando, acaba se perdendo do resto de seu batalhão e indo parar entre os inimigos é a seguinte: Até que ponto as grandes guerras contemporâneas (e também todas as outras) fazem sentido? O que significa ser do "time adversário" ?
Não esqueçam das cenas que não podem faltar: o primeiro discurso de Hinkel (Chaplin inventou um língua para fazer aquela cena, os gestos e expressões faciais são imperdíveis, etc); a clássica "Imperador do Mundo" onde Hinkel brinca com o globo terrestre; a primeira cena do gueto judeu, onde o barbeiro simplesmente não entende o que está acontecendo e por fim, "O último discurso".
Depois, se achar pertinente, sugira a discussão do seguinte texto:
“ A ascensão da direita radical (fascismo italiano e alemão) após a Primeira Guerra Mundial foi sem dúvida uma resposta ao perigo, na verdade à realidade da revolução social e do poder operário em geral, e à Revolução de Outubro e ao leninismo em particular. Sem esses não teria havido fascismo algum (...)
Teria o fascismo se tornado muito significativo na história do mundo não fosse a Grande Depressão? É provável que não (...) Após a recuperação econômica de 1924, o Partido dos Trabalhadores Nacional – Socialista foi reduzido a uma rabeira de 2,5 a 3% do eleitorado. (...) Contudo, (em 1928) , havia subido para mais de 18% do eleitorado, tornando-se o segundo partido mais forte na política alemã. Quatro anos depois, no verão de 1932, era de longe o mais forte, com mais de 37% dos votos totais (...)
Está claro que foi a Grande Depressão que transformou Hitler de um fenômeno de periferia política no senhor potencial, e finalmente, real do país”
HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX
>> Atividade possível: Estabeleça discussões em grupo e proponha a formulação de um pequeno texto dissertando acerca dos regimes totálitarios e sua ligação com 1917 e 1929.
>> Não esqueçam que, embora o grande tema trabalhado nesse aula seja o nazismo, essa é uma ótima oportunidade para relembrar e revisar toda a matéria vista pelo menos, desde a 1ª Guerra Mundial. Outra coisa bacana é que, por ser esse tema, o nazismo, muito polêmico, os alunos acabam participando das discussões de uma maneira muito mais natural.
Saibamos aproveitar essa oportunidade!
Ps.: Em um dos próximo posts, colocarei algumas cenas do filme "O Grande Ditador" comentadas.
Um forte abraço,
